sexta-feira, 31 de julho de 2015

Tempo 2



Tempo...

Que força é essa que nos consome nos escraviza-nos liberta, nos sufoca nos torna velhos, fracos e acabados?

Nos torna forte e inteiros...

O tempo quem lhe fez meu inimigo...
o tempo quem lhe fez meu aliado...

Por que me julgas dessa forma?
Por que não me deixas livre em meu caminho?
Por que me libertas quando quero ser preso?

O tempo separa os amantes, os une logo em seguida...
transforma amigos queridos em inimigos odiados...

Com o tempo, aquilo que nos fez sofrer vira pó e aquilo que nos fez sorrir vira uma doce lembrança em nossos mais puros e conturbados sonhos...

Sob o jugo do tempo sentimentos são postos a prova. O que é falso e sem sentido cai como castelos de areia, caem como castelos de cartas sobre a mesa onde se pode ver apenas lembranças sem sentido...

Tempo, quem és tu?
O que fazes além de me julgar?
Quem te criou?
Qual seu sabor?
O que lhe causa dor?
Quem é seu amor?

O tempo define quem é quem, mas também faz dos grandes, pequenos homens, e dos pequenos homens, grandes montanhas...

Tempo, tu és um canalha...
Tu tens mau gosto...
Não faz nada certo...
Tempo, tu és perfeito...

Teus movimentos fazem com que tudo tenha de ser em seu momento...

Tempo que tanto odeio, por que fostes ser meu amigo nessa vida?

Você me tirou:
amigos,
parentes,
sonhos...
e acabou com minhas esperanças...

Tempo que tanto amo...

tu me destes amigos,
parentes,
me fez sonhar e me encheu de esperança...

O tempo fez de mim algo maior do que eu esperava
e tão pequeno que mal posso me ver...


  • Me fez alegre
  • me fez chorar,
  • me derrubou, 
  • me levantou,
  • me mostrou quem era importante e quem não valia nada...


Com seu jogo, o tempo me ensinou que tudo o que vale nessa vida tem:
seu tempo,
sua dor,
sua alegria,
sua compensação...

Nada fica impune diante do tempo...

Lágrimas viram sorriso, 
dores viram prazer 
e sangue derramado Viram novas vidas,
mortes viram renascimento...

O tempo torna fortes os sentidos, os sentimentos reais,
e destrói tudo aquilo que não vale à pena: as ilusões são exterminadas, findadas, aniquiladas...
Só o tempo tem o poder de dizer o que é real e o que mentira...

Tempo, meu tempo...

Há de tu dizeres de mim: 

  • fui grande, 
  • pequeno, 
  • corajoso, 
  • covarde, 
  • vivo, 
  • morto, 
  • alguém,
  • ninguém...

Enfim, tempo, o que fui diante de teus olhos?

Apenas mais uma poeira na vasta praia que tu andas
ou apenas uma lágrima na noite em que tu te encontras?

Tempo, meu doce tempo...
Meu companheiro nessa eternidade...
Me dê suas mãos e vamos juntos continuar nossa viagem sem fim.

No final, a vida nada mais é que a forma manifestada no teatro do espaço sobre o julgamento do tempo... 

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