Tempo...
Que
força é essa que nos consome nos escraviza-nos liberta, nos sufoca nos torna
velhos, fracos e acabados?
Nos
torna forte e inteiros...
O
tempo quem lhe fez meu inimigo...
o tempo quem lhe fez meu aliado...
Por que me
julgas dessa forma?
Por
que não me deixas livre em meu caminho?
Por
que me libertas quando quero ser preso?
O
tempo separa os amantes, os une logo em seguida...
transforma amigos queridos em
inimigos odiados...
Com
o tempo, aquilo que nos fez sofrer vira pó e aquilo que nos fez sorrir vira uma
doce lembrança em nossos mais puros e conturbados sonhos...
Sob
o jugo do tempo sentimentos são postos a prova. O que é falso e sem sentido cai
como castelos de areia, caem como castelos de cartas sobre a mesa onde se pode
ver apenas lembranças sem sentido...
Tempo,
quem és tu?
O
que fazes além de me julgar?
Quem
te criou?
Qual
seu sabor?
O
que lhe causa dor?
Quem
é seu amor?
O
tempo define quem é quem, mas também faz dos grandes, pequenos homens, e dos
pequenos homens, grandes montanhas...
Tempo, tu és um canalha...
Tu tens mau gosto...
Não faz nada certo...
Tempo, tu és perfeito...
Teus
movimentos fazem com que tudo tenha de ser em seu momento...
Tempo
que tanto odeio, por que fostes ser meu amigo nessa vida?
Você
me tirou:
amigos,
parentes,
sonhos...
e acabou com minhas esperanças...
Tempo
que tanto amo...
tu me destes amigos,
parentes,
me fez sonhar e me encheu de
esperança...
O
tempo fez de mim algo maior do que eu esperava
e tão pequeno que mal posso me
ver...
- Me fez alegre
- me fez chorar,
- me derrubou,
- me levantou,
- me mostrou quem era importante e quem não valia nada...
Com
seu jogo, o tempo me ensinou que tudo o que vale nessa vida tem:
seu tempo,
sua dor,
sua alegria,
sua compensação...
Nada
fica impune diante do tempo...
Lágrimas
viram sorriso,
dores viram prazer
e sangue derramado Viram
novas vidas,
mortes viram renascimento...
O
tempo torna fortes os sentidos, os sentimentos reais,
e destrói tudo aquilo que
não vale à pena: as ilusões são exterminadas, findadas, aniquiladas...
Só
o tempo tem o poder de dizer o que é real e o que mentira...
Tempo, meu tempo...
Há
de tu dizeres de mim:
- fui grande,
- pequeno,
- corajoso,
- covarde,
- vivo,
- morto,
- alguém,
- ninguém...
Enfim,
tempo, o que fui diante de teus olhos?
Apenas mais uma poeira na vasta praia
que tu andas
ou apenas uma lágrima na noite em que tu te encontras?
Tempo,
meu doce tempo...
Meu
companheiro nessa eternidade...
Me
dê suas mãos e vamos juntos continuar nossa viagem sem fim.
No
final, a vida nada mais é que a forma manifestada no teatro do espaço sobre o
julgamento do tempo...
Excelente!
ResponderExcluirmaravilha de texto paizão
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